Terceira etapa do campeonato brasileiro de trial disputada em Curvelo (MG) teve domínio de piloto espanhol na categoria Super (a principal), mas brasileiros também mostraram suas habilidades na pista que utiliza obstáculos naturais dentro do complexo do Circuito dos Cristais.

O espanhol Jordi Picola, cameão da Super (alto à esquerda), e o pódio dos campeões nas categorias

O espanhol Jordi Picola, vencedor da Super (alto à esquerda), e o pódio dos campeões nas três categorias

Enquanto nas arquibancadas do Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG), o público vibrava com os pegas entre carros e motos durante a primeira etapa do GP Gerais, prova de abertura do tão esperado autódromo mineiro, no último fim de semana, verdadeiros malabaristas sobre duas rodas mostravam toda sua versatilidade e habilidade na terceira etapa do campeonato brasileiro de trial.
Embora fosse uma competição do circuito nacional, a prova parece não ter tido a mesma relevância das corridas na pista, mas quem foi conferir de perto o que esta turma faz, com certeza ficou boquiaberto. “Os amantes e praticantes do trial tiveram a  possibilidade de praticar em uma área segura, com uma infra estrutura incrível e uma diversidade de terrenos de deixar qualquer um impressionado”, elogiou o diretor de trial da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), Christiano Tirado Dias.
Mesmo em solo brasileiro, os louros foram para o espanhol Jordi Picola  que fez barba, cabelo e bigode em Curvelo na categoria Super, a principal. Mas também ele está acostumado a disputar competições internacionais, com boas colocações, como o terceiro lugar no Campeonato Europeu e o 15º no Mundial de trial.

O carioca Wladymir Jasinki assumiu a liderança na categoria Avançados após vitória em Curvelo

O carioca Wladymir Jasinki assumiu a liderança na categoria Avançados após vitória em Curvelo

A vitória do europeu não significa que os brasileiros fizeram feio. Pelo contrário: o paulista Valter Fernandes, bicampeão brasileiro e oito vezes campeão de bike trial, foi um dos destaques na prova e segue em segundo, com uma diferença de apenas seis pontos do líder. “Qualquer erro pode alterar a classificação do campeonato que vai ter a próxima etapa no dia 23 de outubro em Belo Horizonte”, conta o dirigente da CBM.
Na categoria Avançados, Wladymir Jasinki (Rio de Janeiro) assumiu a liderança do campeonato, travando uma bela disputa com o piloto mineiro Leonardo Martins. Em terceiro ficou o paulista Paulo Martini.
A categoria Novatos também teve piloto em barbarizando: Maurício Fernandes (vice- campeão paulista e brasileiro de trial em 1991), que retornou às competições em grande forma e venceu a etapa.
Mas os irmãos mineiros João e Caio Santos, que lideram o campeonato na categoria Novatos, terminaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. “Eles são bastante jovens, começaram no esporte há apenas dois anos, e têm muito potencial a ser explorado”, avalia Dias.
A  pista do trial do Circuito dos Cristais é permanente e faz parte do complexo do autódromo de Curvelo. Os obstáculos são naturais e foram desenvolvidos pelos organizadores aproveitando o relevo e a vegetação do local.

Invenção dos ingleses

O trial foi inventado pelos ingleses no século 20. Os motociclistas da época, ao sair para passear, trilhavam por caminhos cada vez mais difíceis e, por brincadeira e por desafio, os mais hábeis se destacavam, levando suas motos por lugares de difícil acesso. Já a partir de 1925 as motos já começaram a ser fabricadas com modificações especiais que a modalidade exigia, tais como baixo peso, torque enorme e relação curta.
Segundo o site Moto Trial Brasil, as competições mais importantes e mais bem organizadas só surgiram em 1968, quando foi disputado o primeiro campeonato europeu válido. No Brasil, o esporte chegou oficialmente em 1983.
Pela regra do trial, o piloto deve controlar sua moto de maneira a transpor os obstáculos mais diversos, em terrenos muito acidentados, sem cair ou apoiar o pé no chão. O local das provas é um percurso pré-determinado, com zonas de pontuação e de deslocamento. Nas zonas de pontuação perde pontos o piloto que cometer faltas, como deixar a moto morrer, cair, e apoiar o(s) pé(s) no chão. Ao final da prova, vence o piloto que tiver perdido o menor número de pontos.
Por ser disputada em baixas velocidades, a presença do público é sempre muito próxima dos pilotos. A maior virtude de um piloto de trial é o controle absoluto da moto e um grande equilíbrio, além de muita coragem.
Fotos: CBM/Divulgação

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