Antes de viajar para Curvelo, onde vai disputar a penúltima etapa da temporada de Stock Car, que será realizada no domingo no Circuito dos Cristais, o piloto Ricardo Maurício fez um pequeno pit stop no alto do bairro das Mangabeiras, em Belo Horizonte, onde falou da expectativa para a inédita corrida, do regulamento da categoria, das suas estratégias para a prova e dos seus planos para a temporada de 2017. Ricardinho, como é chamado, nasceu em São Paulo, tem 37 anos e corre pela equipe Eurofarma RC. Já conquistou dois campeonatos (2008 e 2013), venceu 14 provas e cravou 14 poles. Atualmente, ocupa a 12ª posição no campeonato, com 135 pontos.

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“Estou animado e empolgado para conhecer o circuito que me parece bem desafiador com as suas 18 curvas”

Aceleraai – Qual a sua expectativa para esta inédita etapa em Curvelo?

Ricardo Maurício – Fico muito feliz de vir correr em Minas, que nunca sediou uma prova da Stock. Já tentaram trazer uma corrida de rua para BH, mas acabou não ocorrendo. É importante para a categoria, principalmente se levar em conta que perdemos a pista de Brasília e do Rio de Janeiro. A expectativa é grande porque é tudo novo para todo mundo, pois ninguém conhece o circuito, que é a maior pista brasileira (com 4,4 km). Andei nessa pista quando ela estava sendo preparada para homologação, num carro rápido de rua, mas com um Stock o máximo que consegui foi treinar em simulador para tentar me orientar um pouco. Estou animado e empolgado para conhecer o circuito que me parece bem desafiador com as suas 18 curvas, difícil para decorar e encontrar o limite.

Aceleraai – E como foi no simulador?

RM – Foi difícil. É uma pista bem seleta, bem técnica, com praticamente um ponto dee ultrapassagem. É traçado que, devido às várias curvas, exige um posicionamento correto para aproveitar melhor a curva seguinte. Vai ser um grande desafio chegar no limite do carro logo no início, nos primeiros treinos, acostumar com a pista e conseguir um bom acerto. Os treinos são curtos e a pista é longa, então quando você termina uma volta, você demora para voltar ao box e fazer um ajuste. Então você não consegue fazer tantas modificações num treino.

Aceleraai – O calor que geralmente faz na região é um complicador?

RM – A previsão é que fique na casa dos 30° C no momento da corrida e isso provoca uma mudança muito grande em relação ao treino na parte da manhã. Pode ser um complicador porque nosso carro tem ido bem nas pistas mais frias. Mas vamos tentar buscar o melhor acerto.

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Direto do mirante do Manganbeiras em BH, o Stock Car do piloto que neste final de semana vai brigar por um lugar ao pódio

Aceleraai – Quais são os planos para 2017?

RM – Pretendo ter um carro competitivo como tive este ano, sempre com possibilidades de melhorá-lo. E ter um pouco mais de sorte, pois este ano não consegui terminar a metade das etapas. Tive problemas de câmbio, tive um motor quebrado na volta de apresentação. Ou seja, conseguir concluir mais as corridas. Estou indo para o nono ano com a mesma equipe e isso é uma vantagem diante do grande número de pilotos que vão trocar de equipe, pois já existe um entrosamento bem maior com a equipe.

Aceleraai – Você fez algumas críticas ao sistema de pontuação…

RM – Acho que o formato do campeonato deste ano é pior do que o do ano passado. Por exemplo, na corrida passada meu motor quebrou e eu não fiz nem a primeira nem a segunda bateria. Ou seja, quem tem um problema que não consegue recuperar numa primeira bateria, acaba perdendo muito na pontuação do campeonato. Você tem apenas 20 minutos de intervalo para a segunda corrida, que tem uma pontuação muito alta. Por exemplo, se você fizer um décimo lugar na primeira e um terceiro na segunda, você faz mais pontos de quem fez um segundo na primeira corrida. Acho que a pontuação tem que privilegiar a primeira corrida, cujo grid foi montado em cima dos melhores tempos, e não dar tantos pontos para a segunda, que é montada com inversão da primeira.

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Aceleraai – O circuito tem poucas áreas de escape e muita poeira e pode prejudicar muito quem der aquela “erradinha”, não?

RM – É uma grande preocupação, mas estamos acostumados com autódromos com áreas de escape ruins. Como tem muitas pedras, penso que o problema maior é que se você sair corre o risco de ter um pneu furado, de ter um dano em alguma carenagem.

Aceleraai – O fato de você não estar mais brigando pelo título muda alguma coisa?

RM – Não. A minha motivação é competir para ganhar, defender as cores da minha equipe. E vencer na estreia de uma pista, escrever o nome na história de um circuito, é muito motivador. Já venci na estreia do Circuito de Velopark e isso foi muito bacana.

Texto e Fotos: Eduardo Aquino

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