Carros que deslizam na pista, em velocidades bem altas, soltando fumaça dos pneus. Pode parecer coisa de “boyzinho” ou brincadeira de irresponsáveis, mas não. Este é o drift ou drifting, modalidade do automobilismo menos conhecida do que as corridas tradicionais de todos contra todos, dando várias voltas no autódromo, e menos até do que as arrancadas.

Diego Higa
Hexacampeão brasileiro de drift Diego Higa (Foto: SDB/Divulgação)

O drift foi criado na década de 1970 no Japão. Trata-se de uma modalidade do automobilismo em que a velocidade é apenas um dos requisitos. Pelo regulamento, ângulo, agressividade e estilo são analisados por juízes especializados e que seguem padrões internacionais de pontuação.

Tudo começou no All Japan Touring Car Championship races, com o lendário piloto Kunimitsu Takahashi. Ele ficou famoso batendo seu “apex” – o ponto onde o carro está mais perto da curva – em alta velocidade e derrapando na curva e saindo dela com mais velocidade que o normal. Depois dessa façanha ganhou uma legião de fãs que deram início ao drift japonês que, mais tarde, se espalhou pelo mundo.

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No Brasil chegou em meados de 2006, mas só começou a se popularizar efetivamente e ganhar destaque no final de 2011 com o primeiro evento mensal promovido pela equipe Drift BR em Itu (SP).

Assista ao vídeo com manobras do drift:

Juízes habilitados

As provas hoje contam com julgamentos de juízes habilitados pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A técnica de pilotagem consiste em deslizar nas curvas, escapando a traseira. O piloto tem que girar o volante para que as rodas dianteiras estejam sempre em direção oposta ao sentido da curva, mas deve controlar o nível de derrapagem e fazer o carro se movimentar de lado – literalmente.

A principal competição nacional atualmente é o SuperDrift Brasil criado em 2015 por um aficionado chamado Walter Santana Neto – até hoje quem comanda tudo. Segundo ele, a categoria cresce desde então a cada temporada, com disputas intensas na pista e ótima interação com o público. Isso garante a todos os participantes das etapas uma inesquecível experiência.

Inicialmente as competições aconteciam apenas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, como um pequeno evento. Mas houve um crescimento da popularidade do esporte a motor, que começou a percorrer o estado de São Paulo e atualmente está em outras cidades do País.

Regras rígidas

As provas possuem regras rígidas feitas para garantir que a modalidade seja praticada com alto nível, explica Neto, a fim de exigir o máximo de todos os competidores e seus veículos, mas, sempre de olho na segurança dos envolvidos.

“Nosso objetivo é garantir o crescimento do drift no Brasil, com qualidade e profissionalismo, fazendo com que o esporte alcance lugar de destaque no automobilismo”, afirma Neto. Ele ressalta que a pista nas provas é toda cenográfica, com muita cor e luzes. “É um verdadeiro show para o público”.

Mega em Minas

Nesta estratégia de ampliar a capilaridade do drift, Minas Gerais acaba de entrar no circuito. Uma prova acontece nos dias 26 e 27 de novembro, no Mega Space, em Santa Luzia, na Grande BH.

Uma particularidade é ser um evento noturno. Na sexta, as provas começam às 18h e vão noite a dentro até 22h. No sábado, contudo, os pegas serão a partir das 16h, mas vão até a meia noite.

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Walter Santana Neto observa que é uma das primeiras provas do ano com público. “Estamos muito ansiosos, porque este ano o evento volta a ser presencial. Devido à pandemia a forma que encontramos de fazer o evento em 2020 foi através do drive-in. Agora vamos poder sentir toda a adrenalina que o evento proporciona além do show que ele nos oferece. Também tomamos todas as precauções”, afirma.

Ou seja, uso de máscara, comprovação de vacinação ou teste negativo, entre outros cuidados, serão adotados – espera-se, pelo menos.

Alguns dos principais pilotos do País já estão em Minas. Eles vão compartilhar um pouco da sensação de estar em pista com emoção a cada curva. Alguns deles: André Bueno, Gabriel Ramalho, Gustavo Koch, Maykel Japa, Peterson Lima, Rafael Maeoka, Vinicius Trindade e o hexacampeão do SDB, Diego Higa.

Texto: Luís Otávio Pires

Confira o que disse Walter Santa Neto sobre o drift:

Programação

26/11 (sexta-feira)

  • 18h: abertura de portões
  • 21h15: visitação aos box
  • 21h15: volta Rápida
  • 22h20: Qualify

27/11 (sábado)

  • 16h: abertura dos portões
  • 18h às 19h: visitação aos boxes/ Volta Rápida
  • 20h15: apresentação
  • 21h21: início de Batalhas
  • 24h: pódio (após o Pódio super volta)

Serviço

  • O que: SuperDrift Brasil 2021
  • Onde: Mega Space – Santa Luzia
  • Quando: 26 e 27 de novembro
  • Que horas: sexta a partir das 18h; sábado a partir das 14h
  • Ingressos: a partir de R$40,00
  • Informações: (13) 98114-2111 / contato@superdriftbrasil.com.br
  • Saiba mais: Instagram/superdriftbrasil
  • Evento terá transmissão ao vivo pelo canal do Youtube

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