Produzido quase artesanalmente no Japão, o Nissan GT-R, que tem motor V6 3.8 biturbo de 552cv, já se tornou um ícone no mundo das pistas de corrida japonesas e australianas, onde conquistou mais de 50 vitórias e ganhou o apelido de Godzilla. A nova geração estreou este mês no Japão e deve chegar ainda este ano ao Brasil.
O novo Nissan GT-R traz visual novo tanto no interior quanto externamente, além de melhorias na performance, nos equipamentos e na experiência de dirigir. São as mais significativas mudanças no modelo desde sua introdução, em 2007. O modelo mantém-se com um “GT” (Grand Tourer) definitivo, com banco confortável, alto nível de refinamento e acabamento; enquanto sua performance incorpora o “R” em seu nome (Racing Technology). A ideia do carro é possibilitar ao motorista usufruir das capacidades de um superesportivo em estradas sinuosas, em estradas abertas ou mesmo circulando pelas ruas do bairro.
A mudança no visual inclui a frente (grade, faróis, novo acabamento fosco da grade cromada, novos capô e apêndices aerodinâmicos, que geram altos níveis de força descendente dianteira), laterais (soleiras foram empurradas para fora para ajudar a melhorar o fluxo de ar) e traseira (novo desenho da tampa ajuda a melhorar o fluxo de ar, bem como saídas de ar laterais ao lado das ponteiras de escapamento quádruplo). Por dentro, são novos o painel de instrumentos (coberto em couro de alta qualidade e costurado artesanalmente), o monitor com tela touch de 8 polegadas e o controle de comando de visualização, localizado no console central em fibra de carbono.
Um mito
O esportivo GT-R pode ser considerado um mito e sua história começou em 1969, quando o nome foi usado pela primeira vez na Nissan para batizar uma versão de alta performance do sedã Skyline. Nos anos seguintes, o esportivo ganhou uma linha (R32), que foi para as pistas de corrida japonesas e australianas, onde conquistou mais de 50 vitórias e ganhou o apelido de Godzila. Depois de um hiato de 16 anos, o nome GT-R ressurgiu em 1989 novamente no Skyline (com motor 2.6 de 280cv), que se tornou praticamente um ícone no automobilismo japonês.
Na história mais recente, o esportivo continuou sua trajetória impressionante nas pistas. Em 2007, o esportivo cravou o tempo mais rápido no mítico autódromo alemão de Nürburgring. Não satisfeito, ele voltou à pista alemã em2013, e estabeleceu de novo a volta mais rápida para um esportivo de produção em série (7min08s679), recorde que não foi batido até hoje. Recentemente, a Nissan confirmou que vai vender no Brasil, em 2016, o esportivo GT-R e a sua versão ainda mais apimentada, a GT-R Nismo, embora não tenha definido nem data nem preço.
Artesanal
O GT-R é fabricado somente na unidade da Nissan de Tochigi (Japão), com produção limitada a mil unidades por mês. Seu motor V6 3.8 biturbo, que gera 552cv de potência e 64kgfm de torque, é produzido artesanalmente na fábrica de Yokohama (Japão), em uma sala “cirúrgica” (livre de poeira e com pintura na cor clara) e com um verdadeiro doutor no assunto, pois cada unidade recebe uma placa personalizada com o nome do engenheiro responsável por sua produção, conhecido como “Takumi” (mestre artesão, em japonês).
E a fera japonesa recebe tratamento exclusivo desde o nascimento, pois usa a plataforma Premium Midship (com carroceria do tipo monobloco), desenvolvida especialmente para ele. A base possibilita o uso de eixo transversal independente na traseira, otimizando a utilização da tração integral, formando um sistema batizado pela Nissan de Advanced Total Traction Engineering System for All-Terrain (ATTESA).
Com o ATTESA, o câmbio (de dupla embreagem e seis velocidades), a caixa de transferência e a final ficam todas na traseira do veículo, dispensando o uso dos tradicionais eixos de torção. Isso possibilita à suspensão operar de forma independente e tornar ainda mais eficiente a aderência dos pneus. E o torque pode ser passado totalmente para traseira ou dividido 50% em cada eixo, dependendo dos dados da velocidade, aceleração lateral, deslizamento dos pneus, da superfície da estrada e da curva a ser feita.
Na tocada que escolher
O grande barato de quem pilota o GT-R é “acertar” o carro de acordo com a sua “tocada”, escolhendo por meio de três comandos eletrônicos e três tipos de ajuste (Normal, Conforto ou Race) como quer que trabalhe a suspensão, o câmbio, os controles de estabilidade e tração. Por exemplo, no modo Race, a curva de torque é modificada para respostas mais rápidas aos comandos do acelerador; a pressão nos amortecedores aumenta e o controle de estabilidade passa a acompanhar o ritmo mais nervoso, possibilitando o deslizamento dos pneus.
O piloto também pode brincar com a tela central, que foi desenvolvida em parceria com a Polyphony Digital (aquela que produz o game Gran Turismo para Playstation) e que pode exibir informações técnicas (temperatura do óleo, pressão do turbo, distribuição de tração etc.), de desempenho do carro e do piloto (tempos de volta e estatística sobre o uso de acelerador e freio). Não é à toa que o “Godzilla” vem desafiando, e vencendo, os respeitáveis esportivos alemães e italianos.
⇒ VOCÊ E O ACELERA AÍ
Dicas e sugestões: redacao@aceleraai.com.br
Visite e curta a fanpage do Acelera Aí (www.facebook.com/aceleraai/ )