A reação para a declaração desta semana do ministro das Finanças da França, Bruno La Maire, de que a Renault iria “desaparecer”, caso não tivesse ajuda financeira, foi quase que imediata. Nesta quinta-feira, 27 de maio, as montadoras que fazem parte da aliança Renault, Nissan e Mitsubishi anunciaram uma série de iniciativas como parte de um novo modelo de negócios, com foco em cooperação. O objetivo é aumentar a competitividade e a lucratividade das três empresas parceiras.

CEO da Renault, Clotilde Delbos; presidente do Conselho Operacional da Aliança e do Conselho de Administração da Renault, Jean-Dominique Senard and Renault e o secretário geral da Alinaça, Hadi Zablit durante o anúncio das novas estratégias (Foto: Renault/Divulgação)

Em conjunto

Para isso, as empresas vão explorar os benefícios em conjunto, como, por exemplo, compras. Com isso, poderão aumentar suas participações de forma regional, onde cada uma delas tem maior destaque.

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“A Aliança é uma parceria estratégica e operacional que nos dá uma grande vantagem em um cenário automotivo em constante mudança”, observou o presidente do Conselho Operacional da Aliança e presidente do Conselho de Administração da Renault, Jean-Dominique Senard.

Culturas e legados

Segundo ele, o novo modelo de negócios permitirá destacar as vantagens de cada empresa e as capacidades de desempenho, tirando proveito de suas respectivas culturas e legados.

“As três empresas cobrirão todas as tecnologias e segmentos automotivos, em todas as regiões, beneficiando todos os clientes e aumentando suas respectivas competitividade, lucratividade sustentável e responsabilidade socioambiental”, afirmou o executivo.

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Os tópicos princípios da estratégia são:

  • Fazer avançar ainda mais a estratégia de padronização da Aliança, de plataformas a carrocerias;
  • Por meio da segmentação de produtos, focar em uma abordagem de veículo-mãe (carro líder) e veículos-irmãos, executados pela empresa líder com o suporte das equipes seguidoras (followers);
  • Assegurar que os veículos líderes e seguidores de cada marca sejam produzidos por meio do arranjo mais competitivo, incluindo a produção agrupada, quando pertinente;
  • Continuar a tirar proveito do compartilhamento de produtos em veículos comerciais leves, onde o modelo leader-follower já é aplicado.
Nissan Juke (Foto: Nissan/Divulgação)

Leader-follower

Segundo a empresa, a estratégia leader-follower deve entregar reduções de até 40% nos investimentos em modelos para veículos produzidos totalmente por meio desta estratégia.

Estes benefícios devem ser somados às outras sinergias que já são praticadas atualmente.

A Aliança também endossou o princípio de nomear as diferentes partes do mundo como “regiões de referência”, por meio do qual cada empresa se concentra em suas regiões-chave.

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O objetivo é se posicionar entre as mais competitivas e servir de referência para as outras, para aumentar as respectivas competitividades.

Sob este aspecto da estratégia, a Nissan será referência na China, América do Norte e Japão; Renault na Europa, na Rússia, na América do Sul e Norte da África; e a Mitsubishi Motors na ASEAN e Oceania.

Empresa-referência

Ao fazer de cada empresa uma empresa-referência em suas respectivas regiões, as oportunidades de compartilhamento aumentarão. Isso vai permitir maximizar o compartilhamento de custos fixos e alavancar as vantagens de cada empresa.

As atualizações nos portfólios de produtos das empresas seguirão a estratégia leader-follower e os veículos leader e follower serão produzidos por meio da organização mais competitiva, como:

  • A renovação do segmento C-SUV após 2025 será liderada pela Nissan, enquanto a futura renovação do segmento B-SUV será liderada pela Renault na Europa.
  • Na América Latina, as plataformas de produto B serão racionalizadas, evoluindo de quatro variantes para apenas uma, tanto para produtos Renault como Nissan. Esta plataforma será produzida em duas plantas, cada uma produzindo para Renault e Nissan.
  • No Sudeste da Ásia e no Japão, as empresas-membro da Aliança continuarão trabalhando em oportunidades específicas seguindo a mesma estratégia, como na colaboração entre a Nissan e a Mitsubishi Motors no segmento kei.

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Considerando todos os elementos acima, aproximadamente 50% dos modelos da Aliança serão desenvolvidos e produzidos sob a estratégia leader-follower até 2025.

Nissan EK Wagon (Foto: Divulgação/Mitsubishi)

Mais eficiência

Em termos de eficiência tecnológica, as empresas-membro da Aliança continuarão a capitalizar suas vantagens existentes. É para assegurar que cada empresa-membro continue a compartilhar o investimento em plataformas, grupos motopropulsores e tecnologias.

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Este compartilhamento já mostrou sua eficácia no desenvolvimento de grupos motopropulsores e plataformas e permitiu o lançamento bem-sucedido da plataforma CMF-B para o Renault Clio e o Nissan Juke, assim como a plataforma de modelos kei para o Nissan Dayz e o Mitsubishi eK Wagon.

Posteriormente, serão trabalhadas as plataformas CMF-C/D e CMF-EV.

Tecnologias-chave

A estratégia leader-follower será ampliada de plataformas e grupos motopropulsores a todas as tecnologias-chave, cujas lideranças serão atribuídas da seguinte forma:

  • Condução autônoma: Nissan
  • Tecnologias para veículos conectados: a Renault liderará a plataforma baseada no sistema Android e a Nissan liderará na China
  • E-body, o principal sistema da arquitetura elétrico-eletrônica: Renault
  • e-PowerTrain (ePT): CMF-A/B ePT – Renault; CMF-EV ePT – Nissan.
  • PHEV para os segmentos C/D: Mitsubishi

Este novo modelo de negócio irá possibilitar às empresas-membro explorar o máximo de suas expertises e competitividades, a fim de reforçar a Aliança em um ambiente automotivo global que muda radicalmente.

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