Uma gasolina melhor

O mercado viu com bons olhos a chegada da nova gasolina produzida pela Petrobrás e que começa a ser distribuída nos postos. Isso porque deve trazer muito mais vantagens que desvantagens. O principal (e praticamente único) ponto contra é o preço. Existe a expectativa que seja 5% mais cara. Mas para quem define mesmo o valor nas bombas é o mercado.

Nova gasolina dificulta a adulteração (Foto: Pixabay)

Mesmo assim a nova gasolina vai valer a pena. Primeiro terá uma qualidade muito semelhante à vendida na Europa e Estados Unidos. E o principal: será mais difícil de ser batizada, adulterada, estragada – como queiram. Hoje é um mal para os carros no Brasil.

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Fabricantes aprovam

Os fabricantes de veículos gostaram da nova especificação. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores acredita ser um avanço. Os novos critérios permitem que os motores possam ser projetados com características mais econômicas, menos poluentes e com melhor desempenho.

A Anfavea entende que a nova especificação é um avanço importante na direção critérios internacionais modernos, com a adoção do padrão de octanagem pelo método pesquisa (RON), por passar a exigir um valor mínimo de massa específica e por limitar melhor a curva de destilação

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“Sem dúvida, é um passo importante na melhoria do combustível e, consequentemente, dos futuros veículos. Mesmo para os veículos atualmente em campo, a nova gasolina poderá causar menos depósitos no motor, aumentando sua vida útil”, diz o comunicado oficial da entidade.

O ex-instrutor do centro automotivo do Senai/MG e gerente de pós vendas de concessionária, Rogério Pedrosa, também elogia as novas características. “Teve processo de fabricação, a temperatura de destilação foi padronizada e a densidade dela está vindo maior. Antes esse número nem era considerado”, analisa o especialista.

Para ele, todas essas mudanças traduzem em melhor eficiência térmica. “Isso melhora a potência e o consumo de combustível, principalmente nos motores modernos”, acrescenta.

Densidade por litro

O diretor de produto da ValeCard, empresa especializada em soluções de frotas e meios de pagamento, Alan Ávila destaca que um dos principais fatores alterados pela nova medida é a densidade por litro de gasolina.

Diretor Vale Card
Alan Ávila, da Vale Card, destaca a densidade significante no rendimento do motor (Foto: Arquivo Pessoal)

“O padrão mínimo é 715 kg/m³. Isso significa que cada litro de gasolina deve pesar, no mínimo, 715 gramas. A densidade é muito significante no rendimento e na eficiência do motor. A mudança deve facilitar a fiscalização e melhorar o rendimento dos carros e motos”, explica Ávila.

Segundo ele, significa que o consumidor, ao abastecer com a nova gasolina vai levar mais massa de combustível por litro, ou seja, mais energia em um único litro e faz com que o consumo seja menor.

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As novas especificações da gasolina automotiva foram estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na Resolução nº 807/2020. Pelo regulamento, será dado prazo adicional de 60 dias para as distribuidoras e de 90 dias para os revendedores se adequarem, permitindo o escoamento de possíveis produtos comercializados até dia 2 de agosto ainda sem atender integralmente às novas características.

A revisão da especificação da gasolina automotiva contempla, principalmente, três pontos. Veja quais:

  • Valor mínimo de massa específica (ME), de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo.
  • Valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC; os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor.
  • Fixação de limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países; a fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo.

Dois parâmetros

Existem dois parâmetros de octanagem – MON (Motor Octane Number) e RON. No Brasil, só era especificada a octanagem MON e o índice antidetonante (IAD), que é a média entre MON e RON.

O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo.

Estudos e pesquisas

A iniciativa é resultado da realização, pela ANP, de estudos e pesquisas dos padrões de qualidade, considerando o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais, bem como de amplos debates com os agentes econômicos do mercado de combustíveis.

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Atende aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama) e do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística (Governo Federal).

Além de estabelecer as novas especificações da gasolina, a Resolução ANP nº 807/2020 determina as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos.

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