Elétricos em pauta

Mesmo com a pandemia do coronavírus, a previsão é de que este ano sejam lançados diversos modelos totalmente elétricos no mercado brasileiro e de que esse crescimento da participação desses veículos seja uma tendência mundial . E por ser uma realidade distante ou por desconhecimento, o consumidor ainda tem muitas dúvidas sobre esses carros movidos somente a eletricidade. Por isso, aproveitamos algumas informações dadas pelos engenheiros da BMW para esclarecer dúvidas sobre autonomia, baterias, tempo de recarga, comparativo com os carros com motor a combustão, os riscos de choque, entre outros.

O BMW i3 foi um dos primeiros modelos elétricos vendidos no Brasil (Foto: BMW/Divulgação)

Autonomia

Essa é uma das primeiras questões que vêm à tona quando se fala de elétricos. E um dos mitos é que quando a temperatura cai, não se vai muito longe no modo elétrico. Embora esse possa ter sido o caso dos carros elétricos antigos, isso não se aplica mais.

Segundo os técnicos da BMW, as baterias atuais estão muito avançadas e o pré-condicionamento do veículo via aplicativo agora é padrão, bem como os sistemas inteligentes de gerenciamento de calor, que possibilita otimizar de forma significativa a autonomia do dia a dia, mesmo usando sistemas que consomem muita energia, como o ar condicionado e os aquecedores de bancos.

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As montadoras também vendem carregadores para instalação nas residências (Foto: BMW/Divulgação)

A autonomia dos carros elétricos depende muito também do comportamento do motorista ao usar, por exemplo, o acelerador.

Tempo de recarga

A primeira dica do pessoal da BMW dica é carregar as baterias em momentos oportunos: à noite ou quando o cliente vai ao shopping, cinema etc.

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O e-tron é o primeiro elétrico da Audi vendido no Brasil (Foto: Audi/Divulgação)

Mesmo quando conectado a uma tomada doméstica, na qual a recarga possa levar uma noite inteira, o proprietário do veículo elétrico sempre terá a sensação de “tanque cheio”.

Com as estações de recarga mais poderosas, o tempo de carregamento completo pode ser reduzido para minutos ou poucas horas, dependendo do nível de carga do início do processo.

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As baterias

Muitas pessoas costumam dizer que as baterias dos carros elétricos são seu calcanhar de Aquiles. Na verdade, nos modelos elétricos, as baterias atuam como o coração do conjunto.

Em vez de bocal de abastecimento de combustível, tomada para receber energia elétrica (Foto: Audi/Divulgação)

De acordo com Henrique Miranda, head da linha de veículos elétricos da BMW do Brasil, “é a bateria que permite a mobilidade sem emissões ou ruídos, a recarga em casa, a simplificação dos sistemas dos motores (que têm muito menos componentes que os motores à combustão) e a redução nos custos de propriedade”.

Meio ambiente

Os carros elétricos são melhores para o meio ambiente do que os veículos com motor à combustão, especialmente em países com alto índice de fontes renováveis na geração de energia, como é o caso do Brasil, afirmam os técnicos da BMW.

Segundo eles, mesmo que a eletricidade produzida convencionalmente seja levada em consideração para o cálculo e o ônus da produção seja incluído, os carros elétricos ainda estarão à frente.

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A chinesa JAC Motors também aposta em modelos elétricos no Brasil (Foto: JAC Motors/Divulgação)

Custo

Os preços dos carros elétricos são mais caros do que os dos veículos com motor à combustão, mas o custo do carro elétrico para o cliente já é menor, se considerados todos os custos envolvidos na mobilidade, como manutenção, custo da energia, impostos e seguros.

Para os técnicos da BMW, quanto mais utilizado, mais rápido haverá retorno do investimento.

Nos modelos elétricos, sobra espaço no compartimento do motor (Foto: JAC Motors/Divulgação)

O Brasil possui excelentes condições para o proprietário do carro elétrico: IPVA reduzido ou zerado em diversos estados, custo de energia competitivo e infraestrutura de recarga totalmente gratuita, além de isenção de rodízio na maior cidade do país.

Choque

Quando se fala em eletricidade, uma das principais questões que surge é com relação ao risco de choque. Os técnicos da marca alemã afirmam que cada vez que uma nova tecnologia é desenvolvida, as pessoas a enxergam com ceticismo.

Eles explicam que as baterias dos veículos são testadas para inundações uma a uma antes de equiparem os carros. No caso de um acidente, por exemplo, o fluxo de corrente da bateria é imediatamente desligado, para que não haja risco de choque elétrico aos ocupantes ou prestadores de serviços de emergência.

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A carga da bateria e a autonomia são informações importantes nos carros elétricos (Foto: JAC Motors/Divulgação)

Redes de energia

Um dos mitos mais persistentes é que as redes de energia atuais não são capazes de fornecer eletricidade a todos os veículos elétricos da frota.

Na opinião de Henrique Miranda, Head da BMWi no Brasil, “na realidade, a demanda de energia é diferente ao longo do dia, atingindo o pico entre 18h e 20h. Em países como o Brasil, que faz uso abundante da energia renovável, há uma grande oportunidade de balancear a curva de demanda”.

Para este ano, está previsto o lançamento de uma picape elétrica na Brasil (Foto: JAC Motors/Divulgação)

Ele ressalta que, com os carros elétricos, a energia pode ser transferida de volta para a rede para atender a demanda do horário de pico. “Além de melhor utilizar a geração atual, cria-se uma oportunidade de receita para o proprietário do carro elétrico”.

Como será o futuro

Na opinião dos técnicos da BMW, parece inevitável que a era dos carros com motor à combustão termine no futuro, não apenas pela natureza finita dos recursos petrolíferos.

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Protótipo elétrico exibido pela Honda no Salão de Genebra de 2019 (Foto: Honda/Divulgação)

Eles acrescentam que, no momento, não é possível prever se os carros elétricos e híbridos plug-in vão dominar o mercado. “O certo é que a experiência ao volante, os custos cada vez menores e as mudanças fundamentais na mobilidade farão com que os veículos totalmente elétricos desempenhem um papel importante no futuro”, afirmam.

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